A hipersensibilidade ao glúten é um dos assuntos mais comentados nos últimos consensos e congressos por todo o mundo. Recentemente no congresso na Finlândia esse tema foi muito abordado, e aqui quero deixar o conceito bem elucidado e bem esclarecido em uma linguagem mais fácil para os senhores entenderem.
O que é hipersensibilidade ao glúten?
Existe a doença celíaca que não tem nada a ver com hipersensibilidade ao glúten. A doença celíaca é um distúrbio genético na qual o paciente que ingere as proteínas do glúten começa a ter sintomas e prejuízo para o próprio corpo, infelizmente a doença celíaca não tem cura é uma doença de base genética.
Existe por um outro lado a alergia ao trigo, alergia à proteína do glúten, que são sinais e sintomas na qual existe um anticorpo da classe IGE que vai fazer o reconhecimento dessa proteína e vai dar sintomas alérgicos no paciente. A hipersensibilidade ao glúten intriga muitos gastroenterologistas, pois o quebra-cabeça entre a dieta do paciente isenta da proteína do glúten, não fecha com sintomas e com o tratamento. É muito confundido com síndrome do cólon irritável, no qual o paciente tem sangramento intestinal, diarréia, estufamento da barriga, gases aumentados. Na hipersensibilidade ao glúten alguns anticorpos no nosso corpo que não são mediados pelo IGE, reconhecem essa proteína e começam a dar sintomas em várias partes do nosso corpo e não somente no intestino. Tanto que se nós fizermos biópsia seriada de vilosidade gastrointestinal nos pacientes em observação com microscopia eletrônica não se observam as mesmas lesões do que nós vemos na doença celíaca.
A hipersensibilidade ao glúten é uma área nova dentro da nossa medicina na qual nós precisamos entender qual é um dos mecanismos imunológicos envolvidos e assim a partir dos sintomas que o paciente refere na nossa consulta pensarmos no diagnóstico e com o advento moderno, novos testes, testes seguros e validados realizar o diagnóstico da hipersensibilidade. Se você tem diarréia, gases, dor articular, dor abdominal, dores musculares, dor de cabeça tipo enxaqueca que já tomou todos os medicamentos para enxaqueca que não melhora, anemia é preciso penar numa hipersensibilidade alimentar.
Como assunto de hoje é o glúten que a proteína mais comum envolvida nisso temos como critérios diagnósticos a exclusão dessa proteína apenas por três semanas e observação da melhora dos sintomas.
Não adianta fazermos como receita de bolo “todo mundo para de comer glúten vamos ver o que acontece”, não é assim. É importante lembrar que a hipersensibilidade ao glúten não é a alergia a glúten, e não é doença celíaca pra você ficar a vida inteira sem a proteína. A hipersensibilidade ao glúten não causa lesões permanentes, ou seja, lesões para o resto da vida na mucosa intestinal. A hipersensibilidade ao glúten, acometem três vezes mais as mulheres do que os homens e normalmente vem acompanhada de intolerância à lactose e à frutose, por isso que algumas pessoas não toleram frutas quando tem a hipersensibilidade alimentar não IGE mediada.
Diferenças entre a hipersensibilidade ao glúten e doença celíaca
Na sensibilidade ao glúten temos: gases, inflamação da língua, confusão mental, dor de cabeça e dermatites.
Em contrapartida na doença celíaca temos: flutuação do peso, sintomas de fraqueza, fezes com gordura, osteoporose, um crescimento retardado nos níveis de crescimento e principalmente infertilidade.
Então como vimos a hipersensibilidade ao glúten é bem diferente das outras doenças que são muito confundidos por nós mesmos mesmos médicos. O recado pra vocês finalizando esse vídeo vamos pensar no diagnóstico e procurar o diagnóstico correto pois a simples exclusão por um período desses alimentos melhora demais a qualidade de vida de vocês e diminui muito uso de medicamentos anti-inflamatórios e outros tipos de medicamentos que são nocivos ao nosso corpo.